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AS ORIGENS DO AMOR ROMÂNTICO.

03 dezembro 2009

O Amor Romântico possui grande importância em nos1128880847_e-Romantic sa sociedade, ele é a base do casamento moderno ocidental, entretanto lendo sobre a origem do Amor Romântico percebemos que não foi sempre assim.

 

Neste texto vamos viajar pelo passado até a origem do sentimento que definiu o Amor Romântico, atravessar o tempo e ler sobre as origens deste sentimento e porque ele é a base para o casamento ocidental. Veremos como sexo e religião se misturam e formam uma salada emocional que nos engasga até os dias de hoje

O amor, é um sentimento amplo, existe de varias formas, temos amor entre parentes, pelos amigos, e este possui real importância porque faz com que o indivíduo sinta-se menos desamparado. Isso porque todos nos sentimos profundamente desamparados desde o momento que deixamos o útero de nossa mãe, pois la dentro temos a total segurança e a satisfação das nossas necessidades. E quando somos libertos e nascemos somos possuídos por vários sentimentos, entre eles, o de desamparo.

 

Com isso, amamos nossos pais, e nos sentimos maravilhosos com a troca de emoções, portanto desde a tenra idade aprendemos que amar e sentir que somos amados são emoções maravilhosas, porque diminui a sensação de desamparo.

Já o amor que sentimos pelo sexo oposto (ou de gêneros variados) é amor de outra forma e intensidade, é o AMOR ROMÂNTICO.

Mas o que é isso, amar de forma romântica?

Há varias definições, a mais aceita diz que o AMOR ROMÂNTICO é aquele em que idealizamos o amor. E o amor ideal é aquele que acreditamos que iremos completar na relação com outra pessoa, é o amor que ira fundir os amantes em uma só pessoa. Esta forma de ver o amor é a mais comum no ocidente. Para nós ocidentais amar é estar totalmente amando o outro, é estar apaixonado e muitas vezes estamos apaixonados pela paixão, pelas emoções que o amor nos trás e não pelo ser amado. Adoramos aquela exaltação, é o amor romântico nos possuindo.

 

Você inventa uma pessoa em sua mente, idealiza em seus desejos, atribuí características físicas e de personalidades que você gostaria de ver nesta pessoa. Em alguns meses, na vida real, sem o romantismo você vera que nada é como parecia, e tentara de todas as formas que esta pessoa se encaixe nos moldes que idealizou. Mas de onde vieram estas idéias? Porque somos criados desde a infância para crer nestes ideais de amor romântico e monogâmico.

Para responder estas perguntas voltemos ao passado com ajuda da historia.

Origens do amor romântico tem suas bases na história do casamento

Os ideais do amor romântico têm sua origem no século XII, entretanto só são firmadas por volta do século XVIII quando a união entre o amor e casamento como vemos hoje deu seus primeiros passos. Nesta época a sexualidade passou a ocupar uma posição de destaque dentro do casamento. O amor como conhecemos hoje, em que podemos escolher nossa alma gêmea através das emoções da paixão e consolidação pelo amor não existia no passado na instituição do casamento, só podiam ser vivenciados através das relações de adultério.

 

A sexualidade como prazer não era permitida, era vivida apenas com o objetivo de procriação.

Desde a idade antiga (4.000 a.C. a 476 d.C.) a idade média (476 d.C. a 1.453 d.C) o amor romântico e a paixão amorosa, não estavam agregados ao casamento, portanto não amor eternoexistiam, neste período eram os pais que cuidavam do casamento dos filhos. O casamento não consistia em um relacionamento amoroso.

 

Era um negócio entre duas famílias, um contrato que era feito pelas famílias onde os dois indivíduos eram meros partícipes. O principal papel dos enlaces matrimoniais, o casamento, era simplesmente alicerçar alianças familiares que eram mais importantes que o amor e a sexualidade.

Amor e paixão não pesavam nas decisões familiares, entretanto a sexualidade era discutida, pois os indivíduos deveriam ser férteis para que a reprodução da prole e a consolidação das famílias fossem bem sucedidas. A sexualidade e fertilidade para reprodução eram partes integrantes das alianças entre as famílias. Neste período o ritual do casamento descrevia os atos de cada uma das partes: iniciava-se com a promessa de casamento onde era firmado o pacto nupcial, que mais tarde viria a se tornar o “noivado” atual.

 

Durante a cerimônia de casamento trocavam bens, a moça era transferida à família do noivo como um bem, e o marido retribuía a transferência com uma doação, o dote. O rito nupcial vinha em seguida, onde todos se reuniam ao redor do leito onde se encontravam os noivos e o pai do noivo celebrava a união. A fecundidade por sua vez era item indispensável ao casamento, bem como a total fidelidade da mulher. A transgressão à fidelidade implicava em abandono ou morte da esposa transgressora. Já a esterilidade era por sua vez repudiada, e motivava muitas vezes a devolução da mulher, ou a sua troca por uma de suas irmãs.

Os casamentos não eram feitos por padres, monges, ou sacerdotes, mas sim pelos próprios pais.

Esse formato só iria mudar de forma real no século XII.

 

Entretanto já no século V com a queda do Império Romano o caminho se abre para a Igreja que estende seus conhecimentos e poder ao casamento. Em torno do século VI por toda a Europa ocidental (onde antes era de domínio Celta, e a religião dominante era o paganismo) a benção dos noivos a porta do quarto do casal já era feito por um padre. Mais tarde os padres já adentram ao quarto nupcial, e ao lado do leito abençoam os noivos com água benta.

Séculos depois a igreja institui o casamento como único formato legitimo para se usar o sexo, objetivando apenas a procriação.

Até chegar a este ponto foi um caminho árduo para o cristianismo, pois havia setores da própria Igreja que se dividiam entre aceitar e condenar o casamento, já que pelo ascetismo das palavras sagradas os ideais dos cristãos pregavam a virgindade, castidade e continência, já que para ganhar o reino dos céus era necessário renunciar aos prazeres da carne.

Entre as palavras mais usadas na época para confirmar os desejos divinos encontra-se a exortação do apóstolo Paulo aos coríntios onde é recomendado aos homens que “permanecessem celibatários, às viúvas que se mantivessem castas e às solteiras que ficassem virgens.”

 

Estas palavras idealísticas de condenação absoluta do prazer e do desejo não se mantiveram por muito tempo.

Logo a Igreja se moldou, e acabou aceitando o casamento, mas não objetivando o prazer, mas sim, como um “novo ideal” para aqueles que não desejavam ser castos, ou seja, criaram um freio que seria imposto aos que a igreja chamava de “os libertinos.”

Para isso, foram buscar nas palavras sagradas uma que dissertasse sobre o casamento e encontraram na Epístola de Paulo aos coríntios (I Cor., VII, 1), onde Paulo diz: “que cada homem tenha uma mulher, e cada mulher, um homem. Melhor seria que ficassem castos, mas se não podem se conter, casem-se. É melhor casar do que arder.”

 

O casamento então passou a ser recomendado como uma “concessão” aos libertinos, e não Brauysegen_im_Bettcomo um mandamento, somente para evitar que estes ardessem no mármore do inferno.

Em resumo, este formato de casamento aceito pela igreja como concessão (ou casavam ou iam para o inferno) àqueles que não conseguiam ficar castos (sem sexo), feito em casa com noivos escolhidos pelos pais, durou até o século XII quando a Igreja oficializou o casamento. Nesta época as normas da igreja se moldavam e no século XIII o casamento foi legitimado. Dentro do seguinte formato, podia ser usado para o prazer desde que o ato fosse feito com objetivo natural da procriação, e de forma monogâmica. O casamento também passou a ser indissolúvel, se a esposa fosse infiel ou infértil não poderia mais ser trocada pelas irmãs.

 

Desde então, as cerimônias de casamento foram transferidas da casa para as igrejas e realizadas por padres. Desta forma a vida sexual tantos de solteiros como de casados passou a ser regida pelos conceitos morais da igreja cristã.

A sexualidade estava restrita ao matrimonio objetivando a procriação, sendo proibida qualquer outra atividade sexual fora do casamento. Isso durou até o século XVIII quando a Revolução Francesa mudaria alguns conceitos.

Até o século XVIII havia uma diferença básica entre amor dentro do casamento e fora dele. Alguns textos de culturas diferentes mostram que o amor era desnecessário ao casamento, cujo objetivo principal era procriação.

 

Elgana (I Sam 1, 4-19) possuía duas mulheres: uma, Ana, que ele amava (..), mas que era estéril (...); a outra, que ele amava menos, era fecunda e tinha filhos. Ela zombava cruelmente de sua rival infecunda. Apesar da sua preferência, Elgana tinha o costume, quando distribuía as carnes assadas do sacrifício, de dar várias porções à mãe de seus filhos e apenas uma à sua bem-amada. Ana ficava magoada e chorava. E então Egana lhe disse com ternura: ‘Ana, por que choras e não te alimentas? Por que estás infeliz? Será que eu não valho para ti mais de dez filhos? (texto judaico).

Antes mesmo do cristianismo se expandir, a moral estóica (radical, vinda de outras religiões) já defendia que procriar era a finalidade do casamento. Para eles, o homem deveria amar sua esposa com sabedoria e não com paixão. Os noivos deveriam mostrar às futuras esposas que seriam bons maridos e provedores, e não, bons amantes.

 

Nesta época valia a regra moral que veladamente atribuía o amor-incontido ao casamento e o amor com paixão fora dele. Os teólogos cristãos logo se identificaram com moral estóica, se 793px-Lodewijk_XIV-Marriageapropriaram dela e foram mais longe na condenação dos prazeres.

No cristianismo o amor estava expulso do casamento e desta forma se expandiu nas relações ilícitas e foi amplamente vivido por homens e mulheres de toda parte, sendo lembrado e escrito por poetas, trovador e nos contos dos cavaleiros.

O amor cortês amplamente cantado pelos trovadores era bem diferente do amor dos contos cavalheirescos, no conto cortes, o amor era uma emoção adultera de forma espiritual, que nunca se materializava no casamento dos amantes, já o conto cavalheiresco, o amor estava ligado ao adultério com o futuro casamento dos amantes.

 

O amante dessas histórias era sempre socialmente inferior à dama cortejada e se dispunha a qualquer sacrifício para provar o seu amor. Era um herói disposto ao sacrifício, mas não buscava o encontro carnal com sua amada. Fazia simplesmente uma declaração, uma confissão de amor, fosse pelo gesto, pela amável conversa ou pelo simples olhar. A retribuição esperada era um ato de carinho, um reconhecimento do amor, nunca a entrega do corpo. Enquanto o amor cortês exaltava a mulher e a colocava num plano superior ao homem, o amor cavalheiresco a colocava numa atitude passiva, inferior ao homem e dependente de sua iniciativa.

A Igreja repudiava todas essas formas de amor por ameaçarem a pureza do “amor conjugal”

 

Segundo historiadores modernos o amor romântico começou com a tradição do “amor cortês” do sul da França no século XVIII. Inicialmente, esse “amor cortês” não tinha “nada a ver com o casamento, muito pelo contrário: opunha-se diretamente ao estado legal do casamento, uma vez que a amada era quase sempre uma mulher casada, e seu amante jamais o marido”. Mas esta “paixão absorvente, constantemente frustrada, presa fácil do ciúme e alimentada por suas próprias dificuldades” foi, no entanto, “uma concepção notavelmente original”, uma “idéia de relacionamento amoroso em que reconhecemos muitos elementos que hoje nos são familiares”.

Entretanto uma questão ronda nossos ideais modernos, pois hoje sabemos que o amor romântico é à base do casamento, como então o amor cortes que se opunha ao casamento pode passar da concepção de anticasamento para fundador do casamento com concebemos hoje?

Acredita que essa revolução aconteceu ainda no século XVIII na Inglaterra, na “gradual evolução humana da idéia do que era um casamento e com a da prática dele”, ou seja, o casamento era um negocio entre famílias, mas existia o sentimento de atração e desejo que não era levado em consideração.

 

Entretanto ainda na Idade Média eram comuns os casamentos por amor entre os camponeses, uma vez que entre os pobres a escolha do casamento era provavelmente pouco influenciada por motivos econômicos. Mas nas camadas mais altas o “negócio” entre famílias dava lugar aos desejos dos noivos e isso só começaria a mudar nas camadas altas da sociedade a partir do século XV. Ao iniciar-se a “era de Shakespeare” a literatura e o drama tratam o amor mútuo como à base apropriada, ainda que não a única, do casamento.

O casamento por amor vai assim, lentamente, ascendendo na escala social até a era moderna, quando se estabelece como regra básica. A partir do século XVIII, quando o amor cortes se transforma em amor romântico e se torna o ideal de casamento, o erotismo expulsa os laços tradicionais, mas introduz outro aspecto importante ao relacionamento: coloca à prova a duração do casamento.

 

O amor romântico então passa a ser à base do casamento.

Como sabemos o amor-paixão em geral não dura muito, e a união com o amor conjugal ligado a ele também não dura. A separação e o divórcio então, se estabelecem como uma possibilidade, não como forma de reparar o erro cometido, mas como reparação normal de um sentimento que já não existe e que não pode nem vai durar, e que deve dar lugar ao sentimento a seguir, ao próximo relacionamento.

Essa é uma das principais características do casamento moderno, dizem os especialistas.

Ao contrário do amor conjugal que aumentava com o tempo, o amor-paixão tende a acabar com o tempo. Esse é o grande desafio que os casais modernos enfrentam nos dias de hoje e que os leva a redefinir expectativas e idealizações sobre o casamento.

amor4Entretanto as grandes mudanças no casamento se iniciam com a modernidade. A valorização do amor individual, presente na ideologia burguesa, estabelece o casamento por amor, amor-paixão, com predomínio do erotismo na relação conjugal.

Esse novo ideal de casamento impõe aos esposos que se amem que tenham expectativas a respeito do amor e da felicidade no matrimônio.

 

Essa imposição teve muitas conseqüências e contradições. Uma delas é que acabou criando uma armadilha para os casais na medida em que se acentuaram as “idealizações” e conseqüentemente os conflitos resultantes da desilusão pelo não atendimento das expectativas.

Entre o Renascimento e Idade Moderna (1453 - 1789) as grandes navegações que ampliaram as riquezas da nobreza oferece artifícios para um novo fenômeno social. Sem o medo de dissipar suas fortunas (que eram imensas) devido ao imenso numero de filhos os nobres permitem que seus filhos se casem tendo no amor romântico um dos elementos básicos associados a outros para a escolha de suas esposas objetivando legitimar as famílias.

Era a consolidação do casamento com bases no AMOR ROMÂNTICO.

 

No próximo post, O AMOR ROMÂNTICO E CASAMENTO CHEGAM AO BRASIL.

 

Saudações

 

Leann

2 comentários:

ubirajara oliveira disse...

muito bom ! gostaria de saber mais sobre como começou essa lei acerca do casamento. o meu orkut é pastorubirajara@hotmail.

21 de maio de 2012 às 06:41
Rachid52 disse...

Excelente artigo.

15 de março de 2017 às 15:34

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